
Por que se importar?
A sina de todo mundo que trabalha com serviço voluntário é ouvir que isso é uma perda de tempo. Antes de qualquer reclamação, eu posso usar o termo trabalho, porque mesmo não sendo um emprego remunerado, ser voluntário dá muito trabalho.
Aqui eu quero refletir um pouco sobre a importância do serviço voluntário.

O silêncio diz muito
Você por acaso já sentiu raiva de alguma injustiça ou se sentiu mal com sua própria realidade, se perguntando como o mundo pode ser tão ruim e triste para você e seus iguais? Sim?! Que bom, porque eu também!
Eu sei que trapaceei. É praticamente impossível encontrar alguém que não se sinta algum mal estar, ainda mais no momento em que estamos, mas isso não tira o valor do questionamento.
Agora, se o descontentamento é coletivo, por que ele continua, ou melhor, por que são poucas as pessoas que tentam fazer algo para mudar?
Pode argumentar que trabalha demais e que justamente por isso não tem tempo para se manter informado ou separar o lixo de uma maneira ecológica. E eu consigo entender, mas não acredito que seja só isso.
A verdade é que nos apegamos ao que é seguro e normal, banalizamos as coisas e evitamos o conflito.
Banalizamos o político corrupto e/ou incompetente, afinal todos são. Então, é melhor cuidar do meu político, no lugar de buscar uma saída melhor. Banalizamos a morte quando aparece no jornal sensacionalista, dia após dia.
Um exemplo de como evitamos o conflito pode ser mostrado no seguinte experimento social: Uma casa foi alugada num modesto condomínio, numa noite se ouviu o barulho da bateria e em outra noite o barulho de uma mulher sendo espancada. Qual som você acha que despertou reações primeiro?
fonte: https://fb.watch/5ooC7vIr0y/
A própria “sabedoria” popular já diz que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, só entramos em ação para consertar osso ou fazer enterros.
Você pode me dizer que não agiria assim, e que iria fazer a denúncia no instante do primeiro grito. Eu acredito. Entretanto, às vezes é necessário ser confrontado com um extremo para parar e pensar em nosso comportamento cotidiano.
Infelizmente, curtidas no Facebook não irão reverter o aquecimento global ou diminuir o número de crianças mortas por inanição, mesmo sendo importante o papel de conscientização.
O que posso fazer para ajudar?
A verdade é que não vivemos numa utopia, a terra dos contos de fada, e nem nunca viveremos. Mesmo que a grama do vizinho possa parecer mais verde, a verdade é que todos temos problemas
Infelizmente, algumas pessoas começam a corrida de uma posição menos privilegiada, mas todos estamos na mesma estrada, e vamos enfrentar obstáculos. Dessa forma, podemos oferecer a mão para quem está atrás ou correr em disparada.
E eu não falo somente de ajudas pontuais, como doar para a campanha do agasalho aquela blusa velha esquecida no fundo do armário, mesmo que seja uma bela ação.
Muitas vezes o simples ato de escutar, de se importar, de fazer algo para o outro, mesmo que sem muito sucesso, é o bastante para demonstrar à outra pessoa que ela não está sozinha.
Precisamos entender que nascemos num jogo que já está sendo jogado, e que a atual posição das peças no tabuleiro é a consequência dos jogadores anteriores, nossos pais e avós, mas mesmo assim tudo ainda está conectado, suas ações podem sim mudar todo o jogo, mesmo que em pequena escala.
Utopias podem ser fantasias, mas isso não significa que o mundo não possa melhorar, basta dizer que será uma batalha constante pelo bem.
Por favor, deixe no comentário, por que você escolheu fazer o serviço voluntário? o que alimenta você? eu quero te conhecer
Assinatura:
Victor Augusto Capellari| Membro do time de comunicação do IYD Brasil
Victor é apaixonado por politica e educação, técnico em administração, atua como Web-designer, Embaixador do Politize em Poços de Caldas, Mentor na rede nacional do Politize, Coordenador de Comunicação no Projeto Cultura Politica, Articulador no Engajamundo, Colunista para vários blogs e participante do canal colaborativo "MAR" no Youtube.